Alguns mitos sobre a Gestão de Produtos

Rafael Vieira
Produto Diário
Published in
3 min readJan 31, 2017

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O conceito de Gerente de Produtos, apesar de não ser novo, vem pouco a pouco ganhando força no Brasil. Isso faz com que algumas profissões com nomes parecidos e que são completamente diferentes sejam confundidas.
Por exemplo, algumas empresas atribuem ao Gerente de Produtos as funções de um Gerente de Contas ou Gerente de Vendas dentro de sua organização.
Cansado de tentar explicar para minha mãe e amigos o que eu faço, pensei em listar alguns dos mitos sobre o gerenciamento de produtos:

Gerentes de Produtos são Gerentes de Projetos

Os gerentes de projetos seguem profissões bem diferentes dos gerentes de produtos. Tocam projetos (que tem início meio e fim) e não produtos que seguem ciclos de vida.
Qualquer projeto tem um escopo, tempo e custo definidos, e levam organizações de um ponto A ao ponto B.
Um produto pode ter sido um projeto em algum ponto, isto é, foi concebido, desenvolvido e lançado. No entanto, a partir de seu lançamento ele passa a ser um produto que precisa ser mantido, melhorado e mostrar resultados. Aí é que entra o Gerente de Produtos.

O Gerente de Produto é o chefe

Um outro erro comum é o de pensar no Gerente do Produto como um chefe, ou um ‘’mini-CEO’’ que pode direcionar o produto conforme sua vontade.
A verdade é que o GP executa um trabalho muito mais diplomático e estratégico do que formal e autoritário. Seu objetivo é trabalhar entre as áreas para facilitar a comunicação da visão do produto, sua execução e monitoramento durante todo o ciclo de vida do produto.

GPs definem as datas

Apesar de estarem sempre envolvidos em confecções de roadmaps e de definições de escopo de projetos, os GP não definem datas. A data de entrega de um projeto ou produto pode ser definida pelo time de TI, pelo Marketing (para coincidir com alguma campanha), por algum evento externo, ou até mesmo por uma demanda da diretoria — mas não pelo GP.

Gerentes de Produtos estão no Marketing

Apesar de algumas empresas utilizarem essa posição no departamento de Marketing, é mais comum o Gerente de Produtos estar no departamento de tecnologia (Desenvolvimento ou Engenharia). Muitos inclusive tem um histórico profissional técnico.
Outras empresas utilizam o departamento de Produtos como uma área separada e independente das demais — o que facilita a tomada de decisão sem viés completamente tecnológico, de marketing ou financeiro.

GPs devem construir exatamente o que os clientes pedem

Uma das atribuições mais importantes do GP é ouvir seus clientes. De fato, dizem que o Gerente de Produto deve gastar entre 50% a 70% do tempo coletando informações de clientes sobre seu produto, seu uso e sua satisfação.
Isso não significa no entanto que o GP deve construir tudo o que os clientes pedem.
O produto nasce com uma visão, que para funcionar deve atender a um público ou nicho. Ao tentar agradar a cada um dos clientes e suas necessidades especificas, o produto final acaba se tornando um monstro em termos de funcionalidade, complexidade e dificuldade de entendimento.

Gerentes de Produto só escrevem especificações

O trabalho de um GP é bem diferente do de um engenheiro de software ou designer. É esperado que um desenvolvedor entregue código funcional e que um designer entregue mockups e wireframes.
Como os GPs são responsáveis pelo resultado final de um projeto, apenas escrever a especificação do mesmo não é o suficiente.
Assim como escrever ajuda a comunicar melhor a ideia do projeto, é necessário o acompanhamento do projeto e do que foi planejado para se ter certeza de que o que foi escrito seja realizado.

O Gerente do Produto pode dizer: isto não é meu trabalho.

Como o objetivo do GP é que seu produto seja um sucesso, não há nada que ele possa se recusar a fazer. Na falta de alguém para fazer uma atividade especifica, o GP acaba trazendo para si essa responsabilidade de modo a dar mais tração para seu produto.

Enquanto vários outros trabalhos são bem definidos quanto a sua função, o GP não pode dizer que algo não é seu trabalho. O sucesso (ou fracasso) de seu produto depende disso.

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